Ou o zero absoluto é a temperatura teórica de um sistema atômico sem energia, sem mais transformação. No outro extremo, Fahrenheit 451 - em escala térmica e referindo-se à literatura distópica de Ray Bradbury - é a temperatura na qual o papel incendeia. Referindo-se também ao movimento artístico alemão “ZERO”, a obra traz uma paisagem que outrora foi viva, e agora se desfaz em chamas e nostalgia precoce de quem assiste ao apagamento da vida em um planeta em acelerada decadência. Em um sistema sem energia não há possibilidade de novos começos. Em 2022 a montanha em frente à casa do artista foi queimada, Amazônia está queimando, África do Sul, Angola, EUA, Europa. O mundo está pegando fogo. 
Os extremos geográficos e térmicos se encontram no apocalipse pós-industrial do capitaloceno. Isso não é teórico.